sexta-feira, 23 de maio de 2014

CALENDÁRIO DE CRIAÇÃO

CALENDÁRIO DE CRIAÇÃO
Dezembro/Janeiro
Efetuam-se as últimas crias. O que não se conseguiu até este mês, não adianta continuar a tentar, pois as fêmeas
estão praticamente esgotadas pelo calor, pelo cansaço e pelo esforço da criação. Convém ir se preparando para
a próxima muda, administrando para as fêmeas alimentação rica em vitaminas, aveia, etc. Terá que cuidar que a
água seja abundante e fresca e que os alimentos brandos não cheguem a fermentar pelo calor. Cuidado com as
mudanças bruscas do clima de verão.
Janeiro/Fevereiro
Todos os utensílios que foram usados durante a época de cria, serão desinfetados corretamente e guardados para
a próxima cria. Os exemplares deverão estar nas voadeiras ou gaiolões de emenda. Devemos observar o seu
vigor e estado geral de saúde. A alimentação deve ser variada e rica em cálcio para que possam enfrentar o
desgaste originado pela muda.
Fevereiro/Março
Os canários estão em plena muda, não deveremos perder de vista, sobretudo, os últimos filhotes que são os
mais débeis, assim como também os exemplares adultos, tratando de ajudá-los no transtorno da troca de penas,
preservando-os das correntes de ar e mantendo uma abundante e variada alimentação.
Março/Abril
Mês de pouca atividade. Os exemplares continuam nas voadeiras. Estarão em sua maioria com suas novas
plumas, e com a muda terminando. Devemos começar a escolher os melhores filhotes.
Abril/Maio
Maio/Junho
Chega o rigoroso inverno. A alimentação será mais forte, pois o organismo consome grande quantidade de
calorias. Observaremos com mais detalhes os pássaros que selecionamos para exposição, mantendo-os em
perfeita higiene.
Junho/Julho
Mês de exposição. O canaricultor obterá o fruto de tudo o que sonhou, não devendo deixar-se levar por algum
desengano, pois, em canaricultura sempre haverá o que aprender, e a melhor forma de fazê-lo é corrigindo os
fracassos ocorridos. E quanto ao cuidado com os exemplares, seguiremos com a indicação dos meses anteriores,
boa alimentação e preservação contra os rigores do inverno
Julho/Agosto
Começaremos as tarefas da reprodução, serão selecionados, minuciosamente, os casais, observando que ambos
os componentes se completem, de acordo com o que desejamos criar.
Agosto/Setembro
Se o tempo ajudar, teremos fêmeas chocando e para meados do mês, os primeiros filhotes, a quem
dispensaremos cuidados especiais, alimentação fresca e variada, abundante e nutritiva. Se tratará no possível, de
não molestá-los, apesar de vigiar se constantemente, em momentos oportunos, se os pais tratam dos filhotes.
Setembro/Outubro
A criação estará em pleno apogeu, e teremos filhotes emplumados e outros a sair dos ninhos, deveremos estar
atentos ao comportamento dos pais, pois alguns machos mais fogosos molestam as fêmeas. Se isso ocorrer,
deveremos então separá-los Por outro lado, pode ocorrer que fêmeas arranquem penas dos filhotes, no seu afã
de fazer novo ninho. Deveremos então separar os filhotes com uma grade, possibilitando a fêmea a continuar
tratando dos filhotes, até que possam comer sozinhos.
Outubro/Novembro
Neste mês, tendo em conta as indicações feitas para outubro, e quando a criação segue em pleno apogeu, se
cuidará que as águas sejam frescas e que os alimentos não cheguem a fermentar, principalmente os brancos
(pão com leite, etc.). Não devemos nos descuidar do fator higiene que é de suma importância a esta altura do
ano, pois poderão aparecer piolhos e outros parasitos. Teremos que nos assegurar, também, que à noite os
mosquitos não molestem os canários, pois estes visitantes noturnos trazem grandes transtornos.
Novembro/Dezembro
Estaremos na terceira postura ou ninhada, alguns na quarta. Observaremos, como nos meses anteriores o estado
dos alimentos e dos bebedouros. Todos os pássaros cevem estar protegidos do rigor do calor. Estaremos com os
filhotes da primeira e segunda ninhadas nas voadeiras. Poremos atenção especial na prevenção contra piolhos
para que não ataquem as fêmeas, que deverão estar extenuadas pelo esforço realizado.
De um modo sintetizado, analisamos as tarefas mais elementares de acordo com o mês calendário, os
pormenores sobre acasalamentos, alimentação, preparação para exposições etc. etc. Boa sorte!

Pontos de atenção para acasalamento de canários

Acasalamentos - Canários ligados ao sexo
Os Canários Satinês (olhos vermelhos), Pasteis (melaninas diluidas) e os Marfins (lipocromos diluidos) são ligados ao sexo, isto é, apenas o macho dá características à descendência.
CASAL
FILHOTES
PURO x PURA
MACHOS E FÊMEAS PUROS
PURO x NORMAL
MACHOS PORTADORES E FÊMEAS PURAS
NORNAL x PURA
MACHOS PORTADORES E FÊMEAS NORMAIS
PORTADOR x PURA
MACHOS PUROS, MACHOS PORTADORES, FÊMEAS PURAS E FÊMEAS NORMAIS
PORTADOR x NORMAL
MACHOS NORMAIS, MACHOS PORTADORES, FÊMEAS PURAS E FÊMEAS NORMAIS
Deste quadro se depreende que, se acasalarmos um macho Satinê, Pastel ou Marfim com fêmeas puras ou normais da mesma linha, obteremos filhotes conforme os esquemas acima apresentados.
CANÁRIOS COM DUPLO FATOR

Os Brancos, Opalinos e Inos são canários de duplo fator, isto é, tanto o macho como a fêmea têm que ser puros ou portadores do fator para gerarem filhotes conforme os seguintes esquemas:
CASAL
FILHOTES
PURO x PURA
MACHOS E FÊMEAS PUROS
PURO x NORMAL
MACHOS E FÊMEAS PORTADORES
NORMAL x PURA
MACHOS E FÊMEAS PORTADORES
PORTADOR x PURA
MACHOS PUROS, MACHOS PORTADORES, FÊMEAS PURAS E FÊMEAS PORTADORAS
PORTADOR x NORMAL
MACHOS NORMAIS, MACHOS PORTADORES, FÊMEAS PORTADORAS E FÊMEAS NORMAIS
PURO x PORTADORA
MACHOS E FÊMEAS PUROS, MACHOS E FÊMEAS PORTADORES
PORTADOR x PORTADORA
MACHOS E FÊMEAS PORTADORES, MACHOS E FÊMEAS PUROS E MACHOS E FÊMEAS NORMAIS
NORMAL x PORTADORA
MACHOS E FÊMEAS PORTADORES, MACHOS E FÊMEAS NORMAIS
Deste quadro se depreende que, se acasalarmos um macho Branco, Opalino ou Ino portadores com fêmeas puras, normais ou portadoras da mesma linha, obteremos filhotes conforme os esquemas acima apresentados.


Canário-belga
Com belas cores e talento para cantar, o passarinho pode ser uma boa fonte de lucros. Ou uma interessante terapia

Texto João Mathias
Consultor Fabio Morais Hosken*


Existem mais de 400 cores de canários reconhecidas no mundo. Mas é a amarela, da linhagem belga, a mais popular por aqui. A busca por novas e diferentes tonalidades e combinações é um dos principais objetivos de boa parte dos criadores, que também se interessam pela definição do porte do pássaro. Apresentação em exposições e melhoramento genético da raça são outras finalidades da criação comercial do canário, que ainda desperta a atenção pelo seu belo canto.
A origem do canário-belga é, obviamente, a Bélgica. No entanto, apenas a linhagem a que ele pertence é que veio de lá, pois os antepassados dos exemplares dessa e de outras variedades têm raízes nas ilhas Canárias, um arquipélago do Atlântico junto ao continente africano. Os canários-do-reino, por exemplo, são da mesma espécie do belga, mas ganharam essa denominação por que as aves costumavam chegar ao Brasil vindas do 'reino' de Portugal. Já o canário-da-terra, sim, faz parte de uma outra espécie, nativa do Brasil.
Pertencente à família dos Fringilídeos, o canário-belga mede entre 14 e 15 centímetros da ponta do bico à extremidade da cauda. A cabeça é pequena e estreita, as pernas longas, o peito arredondado e cheio. A plumagem é compacta e lisa, sem frisos. Como é um animal de origem estrangeira, a criação não precisa de autorização do Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis.
O canário não dá trabalho. Exige pouco espaço, e sua criação pode ser mantida na cidade ou em áreas rurais, servindo até como terapia para algumas pessoas. Entretanto, como é pequeno e frágil, demanda cuidados no manejo. Quando em grupo, os pássaros podem ser acomodados em viveiros; casais podem ficar em gaiolas separadas. As gaiolas mais recomendadas são as de arame galvanizado, que podem ser encontradas facilmente no varejo.
Apesar de vulneráveis a doenças respiratórias, os canários logo se curam se prontamente tratados com medicamentos vendidos em lojas especializadas. Mas é preciso separar o pássaro doente, no caso de enfermidades mais prolongadas. É recomendável manter limpo o local de criação e fora do alcance do sol e do vento. Para evitar acúmulo de sujeira e falta de ventilação, mantenha a posição da gaiola a dois centímetros da parede.
Raio X
CRIAÇÃO MÍNIMA: três casais
INVESTIMENTO INICIAL: 1.400 reais (aves, gaiolas e equipamentos)
RETORNO: 18 meses
REPRODUÇÃO: três posturas por ano, cada uma com quatro crias em média
Mãos à obra
INÍCIO - comece a atividade com apenas três casais de canários-belgas (320 reais cada casal) e com a finalidade da criação definida. Se, por exemplo, a intenção for participar de concursos e exposições, é indicado escolher pássaros com cores predeterminadas. No entanto, seja qual for o interesse pela criação, os canários devem ser saudáveis, jovens, com plumagem brilhante, pés sem inchaço e respiração silenciosa. Uma gaiola para cada casal é o suficiente, mas é bom adquirir mais unidades de reserva para os futuros filhotes.
AMBIENTE - o local de criação precisa ser bem arejado e contar com boa incidência de luz. Recomenda-se manter a temperatura em torno de 25 graus e a umidade relativa do ar a 60%.
GAIOLAS - as medidas adequadas para as gaiolas são 80 x 50 x 60 centímetros. Os modelos retangulares, com mais espaço, são os mais indicados. Devem possuir suportes do lado de fora para encaixar bebedouros e comedouros. Do lado de dentro, devem ter uma grade vertical removível, para separar o macho da fêmea fora do período de cruzamento. É importante que o piso seja uma grade sobressalente sob uma bandeja, que pode ser forrada com papel absorvente ou com folhas de jornal, o que torna a limpeza mais prática.
ACESSÓRIOS - os poleiros devem ser de madeira, com ranhuras e elípticos, com dez a 12 milímetros de diâmetro e ligeiramente achatados. Para os bebedouros e comedouros, escolha os do tipo meia-lua. Utilize três comedouros, pois os canários fazem três refeições diferentes durante o dia. Evite o acúmulo de sujeira nos bebedouros com lavagem diária, utilizando bucha e água corrente.
HIGIENE - limpe diariamente as gaiolas e troque o forro do piso. Desinfete os poleiros e retire todas as fezes da gaiola, pois sua presença pode causar coccidiose, doença que leva a mortalidade elevada no plantel. A umidade excessiva, bem como correntezas de ar, pode causar problemas e doenças respiratórias.
ALIMENTAÇÃO - para alimentar o canário-belga não há muito segredo. Ovo cozido, couve, almeirão, alpiste e também ração balanceada podem ser oferecidos na primeira fase da vida. Ração especial para os filhotes pode ser encontrada no varejo. Abasteça os comedouros para que os pais mastiguem e, em seguida, regurgitem essa pasta na garganta dos passarinhos.
REPRODUÇÃO - o período entre agosto e dezembro é o mais propício para a reprodução, cujo ciclo demora cerca de um mês. Os canários chegam a gerar até oito filhotes nessa época. As fêmeas gostam de fazer ninhos para as crias, por isso coloque fios de estopa ou aniagem ao alcance delas. A grade divisória da gaiola pode ser removida logo que a canária iniciar a montagem do ninho. Assim que forem chocados os ovos, troque o ninho para impedir que fungos e piolhos se alojem no material.